INTRODUÇÃO
O principal objetivo da logística é a disponibilidade de
mercadorias e serviços na quantidade certa, no momento certo e no lugar
certo. O grande desafio é realizar o gerenciamento logístico da melhor
forma possível para que a empresa obtenha a satisfação do cliente e
assim consiga um grande diferencial no mercado.
A geografia é um ponto importante dentro da logística e num país
com as dimensões como o Brasil é de grande importância que se tenha uma
boa estratégia logística para que não se tenha gargalo no fornecimento
de materiais e serviços. Muitas empresas aderem a intermodalidade como
forma de tentar chegar mais rapidamente ao seu cliente, mas falta ainda
estrutura para que se possa utilizar em toda sua potencialidade os
modais disponíveis.
Empresas optam por manter estoques para atender prontamente seus
clientes, mas isto custa caro, pois temos investimento em espaço,
estrutura e pessoal.
Uma solução encontrada para facilitar estas operações é a
implantação de Centros de Distribuição (CD). Estes por sua vez ficam
instalados em pontos estratégicos, o mais próximo possível de seus
clientes e tem a função de receber mercadorias de diversos fornecedores,
armazém e abastecer o mercado onde está inserido. Visam agilidade no
recebimento e despacho de mercadorias, evitando assim acumulo de
mercadorias no estoque e redução de custos.
O presente trabalho pretende mostrar a importância do CD dentro
da logística, por meio da discussão dos principais aspectos relacionados
ao tema, como conceituação, funções básicas, vantagens em sua adoção,
layouts[1] destacados na literatura associada ao contexto prático, como
melhorar o CD e sua utilização nos diferentes setores.
1. DEFINIÇÃO DE CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO
O termo Centro de Distribuição surgiu como uma expressão moderna
de se tratar a armazenagem, mas com alguns conceitos diferentes e que
interferem diretamente em sua operacionalização. Nestes Centros de
Distribuição ocorrem as seguintes operações de uma forma bem
sistematizada para que se possa dar agilidade nos processos: as
mercadorias vêem de diversos fornecedores em grandes quantidades (cargas
consolidadas). São armazenadas e sua distribuição é feita de forma
fracionada a fim de poder oferecer aos seus clientes a opção de
aquisição de vários itens em quantidades menores do que a fornecida
diretamente pelos fabricantes. A disposição dos Centros de Distribuição é
regional para facilitar a proximidade e agilidade no atendimento de
seus clientes, como pode ser ilustrado pela Figura 1. (FERREIRA, 2011).
Atualmente o conceito de Centro de Distribuição deixou de ser um
depósito ou armazém para acomodação de mercadorias e materiais, e
passou a ser uma forma diferente e estratégica de colocação de produtos
no mercado. Se bem estruturado e com um posicionamento geográfico
estratégico, o CD pode trazer muitos benefícios para a empresa e seus
clientes e fazer a grande diferença perante os concorrentes. A montagem
de um CD requer uma preparação estratégica e até mesmo a mudança de
procedimentos e processos dentro da empresa, para que se tenha uma boa
eficiência desta estrutura. Alves (2000, p.139) aponta uma grande
diferença entre os depósitos e os CDs: os depósitos, operados no sistema
push[2], são “instalações cujo objetivo principal é armazenar produtos
para ofertar aos clientes”; já os CDs, operados no sistema pull[3], são
“instalações cujo objetivo é receber produtos just-in-time[4] de modo a
atender às necessidades dos clientes”.
1.1 FUNÇÕES BÁSICAS DE UM CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO
São executadasem um CDas seguintes atividades básicas:
recebimento de mercadorias, conferência, movimentação até o local de
armazenagem ou de redespacho, guarda/armazenagem de mercadorias,
separação de pedidos, embalagem e expedição/transporte, inclui também a
auditoria do estoque. (Souza, 2010, pág. 15).
Toda mercadoria que chega pela transportadora, proveniente de um
fornecedor, é recebida em volumes devidamente identificados, conferidas
juntamente com seus respectivos documentos (NF, romaneio e conhecimento
de transporte). Caso haja divergências ou avarias, as mesmas devem ser
comunicadas e relatadas para as devidas providências (reposição ou
ressarcimento).
Após esta etapa, verifica-se se estas mercadorias deverão ser
encaminhadas para a área de armazenagem (picking) para aguardarem uma
venda posterior, ou se seguirão diretamente ao cliente. Este processo
conhecido como (crossdocking - é a operação na qual o produto é recebido
e encaminhado diretamente para a expedição, de acordo com Apte &
Viswanathan (2000), com o mínimo de tempo possível a fim de não manter
estoque e gerar custos com armazenagem).
As mercadorias que ficarão em estoque devem ter seus volumes
desmembrados, conferidos, separados por código e/ou modelo. Deverão ser
conferidas suas quantidades e identificadas com o endereço ou
localização que ficarão dentro do armazém e em seguida transportadas até
o local de estocagem onde deverão permanecer até que sejam solicitadas
em algum pedido de venda ou transferência. Neste caso as mesmas serão
separadas de acordo com a quantidade solicitada e encaminhada para
expedição, onde serão conferidas, embaladas, identificadas e
transportadas até o seu destino final. As etapas realizadas no CD serão
detalhadas mais abaixo.
1.1.1 Recebimento
Toda a operação de um Centro de Distribuição se inicia pelo
recebimento de mercadorias, atividade esta que serve de base para a
realização de todas as outras. Consistem na descarga dos produtos
enviados pelos fornecedores, a conferência de quantidades e a
integridade do produto. Após todo concluído o processo de conferência,
são feitos os lançamentos das informações no sistema de gerenciamento do
armazém (Warehouse Management Systems), assim atualiza-se o estoque e
obtém a exata localização onde as respectivas mercadorias devem ser
acomodadas até que sejam solicitadas. (RODRIGUES, 2003).
1.1.2 Movimentação
A movimentação de mercadorias acontece desde o recebimento até a
entrega para o consumidor final ou para outros que irão redistribuir
estas mercadorias. A movimentação interna consiste em recebê-las,
conferi-las e em seguida transportá-las até o ponto onde ficarão
armazenadas. Também é considerada movimentação interna a realocação de
mercadorias em outros locais dentro do Centro de Distribuição para
otimizar espaço e para sua posterior expedição. Consideramos
movimentação externa, o transporte de mercadorias até o seu destino
final (cliente/consumidor). Toda esta movimentação envolve custos para o
Centro de Distribuição, pois utiliza mão-de-obra, tempo e também temos
que computar os riscos de avarias e percas em função destas
movimentações. Portanto, buscando minimizar estes custos, deve-se
avaliar a necessidade de todas as movimentações. (RODRIGUES &
PIZZOLATO, 2003).
A oportunidade de reduzir a intensidade da mão-de-obra e
aumentar sua produtividade reside nas novas tecnologias de movimentação e
manuseio de materiais que estão emergindo atualmente. Segundo Moura
(1998), o tipo de equipamento utilizado na movimentação de materiais
afeta a eficiência e o custo de operação do CD.
1.1.3 Armazenagem
Consiste em manter estoques necessários para não haver gargalos
entre a oferta e a demanda. Existe um custo elevado em se manter estes
estoques, mas isto se faz necessário para que não se tenha custo maior
no caso de haver falta de uma determinada mercadoria e ter que se fazer à
aquisição a preços maiores do que aqueles que se conseguiria em outra
oportunidade, podendo buscar melhores fornecedores, preços mais
competitivos e melhores prazos. Estes estoques devem ser mínimos,
evitando assim gastos desnecessários com mão-de-obra, manutenção de
estoque, equipamentos e alto capital investido. (RODRIGUES &
PIZZOLATO, 2003).
A área de armazenagem dos CDs é composta, segundo Calazans
(2001), por estruturas como porta-paletes, drive-in[5], estantes e
racks[6], que são separadas por corredores para ter acesso às
mercadorias. Esses corredores são sinalizados para facilitar a operação
do CD.
1.1.4 Separação de pedidos
A separação de pedidos (picking[7]) é a “coleta do mix[8]
correto de produtos, em suas quantidades corretas da área de armazenagem
para satisfazer as necessidades do consumidor” (LIMA, 2002 p.2). O mais
importante nesta etapa é a correta separação dos itens solicitados no
pedido para que se evite reclamações e transtornos posteriores, gerando
insatisfação dos clientes. Esta etapa é a que mais consome custos
operacionaisem um Centro de Distribuição.
A parte de acomodação das mercadorias ocupa quase todo o espaço
dentro do Centro de Distribuição, por isso é de fundamental importância
para agilidade nas operações, que se tenha alternativas para diminuir o
tempo gasto com deslocamento de operadores para separação de
mercadorias. A sugestão é criar formas práticas de estocagem,
endereçamentos lógicos e rotas eficientes para obtenção dos produtos.
(RODRIGUES, 2003)
1.1.5 Expedição
Finalmente chegamos a expedição, considerada a etapa final a ser
realizada dentro de um Centro de Distribuição. Nesta etapa o ponto mais
importante é a verificação e conferência das mercadorias separadas para
envio do pedido. Deve-se ter ferramentas para fornecer segurança nesta
conferência, como leitores de código de barras. Após a conferência,
deve-se embalar os produtos de forma a garantir que os mesmos não sofram
avarias no trajeto até seu destino final. Preparam-se todas as
embalagens e documentação que deve acompanhar o pedido e aciona-se o
devido meio de transporte para coleta.
Existem alguns fatores que podem influenciar na operação de
expedição de uma forma negativa, como: atrasos de transportadoras,
problemas na emissão da lista de separação e nota fiscal de saída
(principalmente agora que todos operam com nota fiscal eletrônica), não
manter sincronia entre recebimento e expedição nas operações de
crossdocking e picos de demanda que não foram adequadamente planejados.
(RODRIGUES, 2003).
1.1.6 LAYOUT
O layout de um CD é a forma como o mesmo está estruturado de
acordo com suas necessidades operacionais, considerando as
características de instalações físicas, podendo ser elas: espaço das
áreas e setores, pisos, prateleiras, porta-paletes, esteiras, etc.
Também reúne características dos produtos e serviços como: tipo do
produto, peso, volume e forma de acondicionamento, também considera os
equipamentos a serem empregados em toda a operação.
Serão apresentados aqui dois tipos de projetos de layouts: um
baseado no princípio do fluxo de produtos e o outro baseado no giro dos
produtos.
A intenção aqui é apresentar como funciona cada um e como deve
ser empregado de acordo com a necessidade de cada empresa. Cada layout
será associado a uma adoção no contexto prático, por meio das
características observadas durante algumas visitas em CDs de empresas do
mesmo segmento de mercado (atacado de autopeças). (RODRIGUES, 2003).
Não serão mencionados os nomes das empresas, sendo elas tratadas como empresas A e B.
Serão apenas apresentados os aspectos relacionados ao layout dos
CDs de cada empresa, com o objetivo de relacioná-los com as
características da operação de cada CD.
Layout baseado no princípio de fluxo
O layout baseado no princípio de fluxo está representado na
Figura 2. O fluxo de produtos deve ser projetado em linha reta, sendo
armazenados ou não, para evitar congestionamentos.
Assim, os produtos devem ser recebidos numa ponta da instalação,
armazenados no meio e despachados pela outra ponta da instalação.
A empresa A apresenta um layout de CD baseado no princípio de
fluxo, então foi selecionada para ser analisada nesse trabalho. É uma
distribuidora onde o crossdocking é a operação utilizada no sistema de
distribuição física da empresa, o que justifica a escolha da empresa em
utilizar esse esquema de layout, uma vez que o produto não é armazenado,
ele deve, então, ser recebido em uma extremidade da instalação e ser
expedido do outro lado. A empresa recebe as mercadorias já embaladas e
etiquetadas, o CD separa os produtos e, então, são encaminhados para as
lojas.
A entrega das mercadorias nos pontos de venda é feita por meio de reposição automática.
Figura 2 - Layout de um CD baseado no princípio de fluxo.
Fonte: (Rodrigues e Pizzolato, 2003).
Layout baseado no giro dos produtos
O layout baseado no giro dos produtos é mostrado na Figura 3.
Dessa forma, os produtos de maior giro devem ser colocados na região
mais próxima da separação (1). As esteiras (7) eliminam a movimentação
na recepção da lista de produtos e no envio para o despacho. Existe uma
área (2) reservada para armazenagem e coleta de produtos de pequenas
dimensões e alto volume. Deve ser planejada uma área para o recebimento
(3) de produtos que alimentarão as regiões (1) e (2). De forma análoga,
uma área de expedição (4) deve ser dimensionada com linhas suficientes
para evitar a acumulação ou fila na linha de picking. As esteiras que
levam os pedidos completos da área de picking para a área de expedição
(5) devem possuir altura elevada para aproveitamento do espaço em chão.
Na região (6) os produtos de pequeno e médio volume são armazenados em
paletes. A área (8) representa as docas do CD. A empresa B possui o CD
com um layout baseado no giro dos produtos, assim sua operação será
descrita nesse estudo. As peças pequenas representam 60% do estoque,
seguido de lubrificantes e pneus. A empresa opera com um estoque médio
de 20 dias. A armazenagem dos produtos é feita, então, baseada no volume
transacionado de cada item, bastante similar à Figura 3. As peças
chegam em volumes que devem ser desmembrados, conferidos e guardados em
seus respectivos endereços. Os demais produtos que não ficam nas
prateleiras vão para as suas respectivas áreas. Depois de serem
solicitados em um pedido, os produtos são embalados e etiquetados no CD
para serem entregues aos clientes.
Figura 3 - Layout baseado no giro dos produtos.
Fonte: Adaptado de Medeiros (1999)
1.2 VANTAGENS NA ADOÇÃO DO CD NO SISTEMA LOGÍSTICO
São inúmeras as vantagens encontradas na adoção de implantação
de Centros de Distribuição pelas empresas para melhorar sua performance
logística. Dentre elas podem citar algumas como obtenção de melhores
preços na negociação junto aos fornecedores, pois serão adquiridos
grandes volumes para um só destino. Isto beneficia também a questão de
custo de frete, evitando pagamento para entregas fracionadas.
Obtêm-se vantagens como abertura de mais espaço nas lojas, pois
não terão grandes áreas reservadas para estoque, podendo ser abastecidas
regularmente ou a mercadoria seguir diretamente do Centro de
Distribuição para o seu cliente final. Redução de mão-de-obra nas lojas,
pois todo o trabalho de descarga, conferencia e guarda de mercadorias
fica centralizado no Centro de Distribuição. Outro fator é qualidade no
atendimento, pois a proximidade do cliente gera agilidade no
fornecimento e ganhos no processo logístico, com isso aumenta a
satisfação do cliente. (RODRIGUES, 2003).
1.3 UTILIZAÇÃO DE CDS NOS DIFERENTES SEGMENTOS
Segundo Calazans (2001), os segmentos que mais investem em CDs
são: a indústria de bens de consumo, os operadores logísticos e o setor
supermercadista.
A Análise Setorial de Centros de Distribuição, elaborada pela
Gazeta Mercantil (2001), e apresentada por RODRIGUES & PIZZOLATO
(2003) será descrita a seguir.
1.3.1 Supermercados
Um dos segmentos que mais investem em CDs. Tais investimentos
têm sido estimulados pelas transformações por que passou o setor
supermercadista nos últimos anos, como a estabilidade econômica, a
entrada de empresas estrangeiras no mercado, mudanças no perfil dos
consumidores e o acirramento da concorrência. Além disso, a grande
diversidade de produtos faz com que os supermercados obtenham distintas
operações em seus CDs.
1.3.2 Varejo de Eletroeletrônicos
A concentração dos estoques nos CDs não é uma estratégia nova
para as redes desse segmento, por comercializarem produtos de grande
porte, como geladeiras e fogões, sendo inviável estocá-los nas lojas,
assim que são vendidos, o Cd é informado sobre a venda e já se inicia o
processo de entrega destas mercadorias. Produtos de menor porte, como
barbeadores e relógios, atualmente, também têm seus estoques
centralizados. Nas lojas, estoca-se a quantidade correspondente à
expectativa de vendas do dia ou de um período determinado pela empresa.
1.3.3 Farmácias e Drogarias
Muito pulverizado, o mercado brasileiro de farmácias e drogarias
é geralmente abastecido por atacadistas distribuidores. Apenas as
grandes redes são atendidas diretamente pelas indústrias.
A armazenagem no interior das farmácias é feita com base nas
classes de medicamentos, onde os medicamentos sujeitos a controle
especial devem permanecer em local de acesso restrito, sob monitoramento
do estabelecimento. Esse setor deve manter um rigoroso controle de
estoque, a fim de evitar perdas por prazo de validade vencido (CALAZANS,
2001).
1.3.4 Vendas Diretas via Catálogo
A venda direta via catálogo é um sistema de comercialização de
bens de consumo e serviços, realizado por meio de contato pessoal entre o
vendedor e o consumidor fora de estabelecimento comercial. Devido à
grande complexidade de operação, a atuação nesse mercado pressupõe
investimentos em armazenagem e distribuição ou a terceirização desses
serviços a operadores especializados.
A partir dos CDs, é feita a distribuição dos produtos para seus
revendedores espalhados por todo o país, uma demanda bastante
pulverizada. Os pedidos dos revendedores são compostos por uma grande
variedade de itens. Em geral, poucas unidades de diversas linhas com
apresentações, tamanhos e volumes variados. Cabe ao CD compor o mix
destes produtos para otimizar embalagens e assim obter ganhos no
transporte.
1.3.5 Comércio Eletrônico
Para atuar no varejo eletrônico, as empresas buscam se capacitar
para atender pedidos fracionados feitos diretamente pelo consumidor.
Para atender a essa demanda, é necessário possuir CDs que permitam a
execução de picking de itens individuais, além de incluir atividades de
etiquetagem, embalagem e gerenciamento de retornos.
Várias lojas virtuais surgiram nos últimos anos e algumas
empresas criaram estruturas independentes para o varejo virtual, como é o
caso da Americanas.com e da Saraiva.com. A logística é apontada por
especialistas como o grande gargalo do comércio eletrônico,
principalmente na modalidade B2C (Business to Consumer), pois requer
muita agilidade na entrega.
1.3.6 Atacadista Distribuidor
Centros de distribuição ágeis, bem estruturados e integrados com
toda a estrutura logística da empresa são fundamentais para os
atacadistas distribuidores ou de entrega. Considerada a modalidade mais
importante do setor atacadista, concentra 64,5% do faturamento, de
acordo com a Associação Brasileira dos Atacadistas e Distribuidores
(Abad). Esse tipo de atacadista não possui lojas, sua infra-estrutura é
composta basicamente por CDs, onde são recebidas as mercadorias de
diversas indústrias, negociadas através de um departamento de
televendas, separadas e enviadas para os varejistas.
Esse segmento abastece pequenos e médios varejistas, em
diferentes regiões geográficas do país. Seus CDs operam diversos tipos
de carga, com variadas apresentações de tamanhos e embalagens,
aumentando a complexidade da operação. Estão sendo constantemente
abastecidas pelos fornecedores, uma vez que seus estoques sofrem grande
rotatividade.
1.3.7 Indústria
Para reduzir os custos de distribuição de seus produtos, uma das
principais estratégias adotadas pela indústria é a utilização de CDs.
De administração própria ou terceirizada, essas unidades contribuem para
o maior controle das operações de logística e permitem a obtenção de
melhores níveis de serviço aos clientes no tocante ao atendimento do
pedido. As mudanças na relação dos fornecedores com os canais de
distribuição podem ser observadas em diversos aspectos. O preço, por
exemplo, que até 1995 era a variável mais importante na decisão de
compra nos últimos anos, foi superado pelo produto (CALAZANS, 2001). Por
outro lado, os serviços aos clientes conquistaram maior importância.
Aspectos como disponibilidade das mercadorias, tempo de ciclo do pedido,
consistência do prazo de entrega e freqüência da entrega estão
influenciando cada vez mais a decisão de compra dos varejistas.
1.3.8 Operadores Logísticos
Entre os serviços prestados pelos operadores logísticos, está o
gerenciamento dos estoques de seus clientes, considerado como um dos
principais focos de seu negócio. Para tanto, esses agentes estão
investindoem modernos CDspróprios, para dedicar as operações de um ou
mais clientes, mantendo sua competitividade. (RODRIGUES & PIZZOLATO,
2003).
1.4 COMO MELHORAR UM CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO
Uma resposta quase imediata para esta questão, seria a
implementação de alta tecnologia no ERP, SCM e WMS. Obviamente que com
esta ajuda, conseguir-se-á uma otimização das operações, mas não é este o
aspecto fundamental condicionante desta melhoria.
É o processo o ponto mais crítico para a redução de custos de um
CD. Este deve acompanhar a mudança temporal entre fornecedores,
clientes e produtos, seja ela para mais (maior quantidade de
fornecedores, produtos e clientes) ou para menos. O empreendimento do
mesmo processo face à mudança da realidade só resultará numa maior
probabilidade de ocorrência de erros que se refletirão em baixa
produtividade e atrasos nas entregas, dando assim origem a mais
custos.(MARTINS, 2012).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Uma questão básica do gerenciamento logístico é como estruturar
sistemas de distribuição capazes de atender de forma econômica os
mercados geograficamente distantes das fontes de produção, oferecendo
níveis de serviço cada vez mais altos em termos de disponibilidade de
estoque e tempo de atendimento.
Neste contexto, a atenção se volta para as instalações de
armazenagem e como elas podem contribuir para atender de forma eficiente
as metas estabelecidas de nível de serviço. A funcionalidade destas
instalações dependerá da estrutura de distribuição adotada pela empresa.
O centro de distribuição tem um papel fundamental dentro da logística,
centralizando o estoque de toda a cadeia a fim de obter vantagens
econômicas e de eficiência.
Esse artigo pretendeu avaliar a importância do CD no sistema
logístico, abordando os aspectos relevantes ao entendimento do tema.
Foram discutidos o conceito, as funções básicas e as vantagens de sua
adoção a fim de compreender a armazenagem. Os pontos sobre layouts
proporcionaram uma comparação entre a literatura e a prática das
empresas, avaliando as opções de planejamento dos CDs de acordo com cada
estratégia empresarial. Como melhorar um CD mostrou que além de
investir em tecnologias, é importante que ocorra mudanças nos processos,
em alguns casos, trata-se de mudança de cultura. O panorama apresentado
ofereceu uma visão geral sobre a utilização dos CDs em diferentes
segmentos.
REFERÊNCIAS
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de depósitos: um estudo de caso. Dissertação de Mestrado –
Administração, Universidade Federal do Rio e Janeiro.
APTE, Uday M.; VISWANATHAN, S. (2000) - Effective cross docking
for improving distribution efficiencies. International journal of
logistics: research and applications, v. 3, n. 3.
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Acesso em: 29/09/2012.
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MARTINS, Cleber (2012). Disponível em:
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http://fatecid.files.wordpress.com/2010/12/centro-distribuic3a7c3a3o-final-1.pdf.
Acesso em: 25/09/2012.
[1] Disposição, configuração.
[2] Empurrar.
[3] Puxar.
[4] No tempo exato.
[5] Condutor.
[6] Prateleiras.
[7] Seleção.
[8] Mistura.